Não é pedir muito...
"Não é pedir muito..."
Essa frase não sai da minha cabeça. Tudo que lateja e não se vai eu escrevo. Escrevo para me livrar disso, libertar e me libertar.
Escrevo com sono, assim o pensamento flui sem frescuras, mais próximo.
"Não é pedir muito..." Certamente eu exijo demais de mim e do que está fora de mim. Mas, eu juro que essa exigência é tão simples e trivial que por eu não conseguir vislumbrar uma gota sequer dela acaba parecendo no fim das contas que eu sou difícil de agradar. Bobagem!!!
Não é pedir muito! Mas é!
O que eu peço é sempre pouco e o mínimo possível. Mas jogam entulhos de desvios e fugas e isso pesa e desgasta. Não suporto. Sou fraco e o que levo tem de ser leve, fácil de se carregar, caber na palma da mão. Não pra segurar, mas pra ver de perto...
Estou cansado de só eu me conhecer, de só eu não ser cretino comigo mesmo, de só eu me ser e ser sozinho. O que eu vejo é fuga, qualquer coisa que não seja o mínimo de identificação. Com pessoas, que fique bem claro. Tudo que vejo são representações, não de si mesmos, mas de tudo que não são. Fuga, fuga, fuga...
É pedir muito um pouco mais de sinceridade e menos covardia???
É.
Eu tento fazer o mesmo, juro por Deus. Sou incapaz de fazer essa traição. Me sinto o maior idiota sendo idiota como outras pessoas. É tão lindo ver pessoas idiotas sendo verdadeiramente felizes. Porque a partir do momento que conseguem ser verdadeiramente felizes, deixam de ser idiotas. E quem sobra? Eu, o maior idiota. O idiota.
Minha mente é fraca. Quando digo que sou fraco, não digo fisicamente. Estou falando daquilo que eu sou e que me converto em pensamento e depois nesse emaranhado de palavras mal escritas e fora da norma culta. Por minha mente ser fraca, não consigo suportar além do que as coisas são.
Não tenho paciência. Não me peça para ter paciência. Se não me entende, vá embora, dê meia volta, a porta é serventia da casa. Antes eu falava pouco e me tachavam de tímido e introvertido. Agora eu falo sem amarras e me tacham de qualquer coisa menos o que sou. Menos o que sou!
Não é pedir muito... o mínimo de uma pessoa. Mesmo que seja por um breve instante. Mas o mínimo. Em um tempo que tudo deve seguir uma linha, uma tendência, um posicionamento, um estilo, uma coerência, uma corrente... uma relação com outra coisa. Não! Eu quero o mínimo, o isolamento, a unidade.
Já nem peço mais nada. Se não houver ninguém que assim seja. Não busco nada, não estou querendo nada. E a ausência é que será meu guia. O erro é inteiramente meu de querer pedir, ainda que pouco. Não posso esperar nada. Me fecho para não receber o que não quero. Mas meus olhos permanecem abertos e olho no olho o muro poderá ser inútil, desde que. Mas tem de ser assim, olho no olho...