E VOCÊ, JÁ SE REVALIDOU...HOJE?

Nos últimos dias, frente às tantas notícias e controvérsias, nunca um vocábulo foi tão pronunciado: o verbo revalidar.

Com a vinda dos profissionais médicos estrangeiros para o Brasil o assunto revalidação de diplomas e a feitura da tal prova do Revalida um pensmento mais filosófico tangenciou meu sentimento de escrita.

Revalidar: tornar válido novamente, tornar novamente legítimo, restabelecer a validade, convalidar, ou seja, revalidar com requsitos legais.

Todavia meu pensamento não é a denotação verbal mas sim a conotação mais figurativa de todas as nossas revalidações que fazemos diariamente pela vida, no contínuo aprendizado do dia a dia.

Revalidamos sonhos, aspirações, valores, vontades, impressões, opiniões, sentimentos, conhecimentos, formações, revalidamos acertos e infelizmente revalidamos até os nossos erros.

Entendo que viver é o ato de se revalidar, continuamente, todos os dias.

Tornar-se legítimo não apenas para o nosso entorno, mas a nós mesmos, o que é mais importante.

De que adiantaria nos realizarmos apenas aos olhos do outro, a despeito das nossas inseguranças mais íntimas de não revalidação?

Há uma síndrome muito comum denominada de "síndrome do impostor, ou fraude-síndrome" que apesar de ainda ser muito discutida nos compêndios da psicologia, traz muito sofrimento a quem a enfrenta.

É como se o sentimento de validade pessoal frente as conquistas de sucesso legítimado da vida dum indíviduo o colocasse interiormente sempre aquém do seu verdadeiro valor.

O indivíduo se desmerece e se sente uma contínua fraude. Um sofrimento interior horrível, que independe da sua contínua revalidação pelo seu meio.

Assim, não adianta nos revalidarmos com legitimidade legal para o mundo se interiormente não nos revalidarmos conosco.

Ao contrário da síndrome do impostor existe o efeito O Efeito Dunning-Kruger.

Nesse fenômeno de superioridade ilusória, as pessoas dele acometidas e que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que os doutos de determinado tema, o que as faz tomarem decisões erradas com resultados indevidos, porém esta própria incompetência não lhes permite reconhecer os próprios erros.

Estas pessoas sofrem, portanto, de superioridade ilusória (fonte google).

Assim, no efeito Dunning-Kruger, existe uma autorevalidação automática que permite ao indivíduo dispensar totalmente os "revalida" do seu meio.

Hoje vivemos num mundo que, revalidado ou não, se alterna entre a "síndrome do impostor" e o tal efeito "Dunning-Kruger".

O importante mesmo é a revalidação real de si mesmo.

Aquela revalidação diária que faz nossas ações incorporarem verdadeiro sentido nos dando real legitimidade à existência.

Validade com legitimidade a gente reconhece de longe e dispensa provas maiores de revalidação teórica porque o resultado é notoriamente imediato , tanto evidente ao indívíduo como ao seu meio.

E aí, já nos revalidamos no dia de hoje?

Qual seria o nosso melhor caminho?