Olhos cor de ervas daninhas

E às vezes, lembro-me daqueles dias em que todos os segundos foram mortos por um mesmo motivo. Lembro-me da falta em meu coração e o desespero pela incapacidade de algo fazer. Pensava em todos os sentimentos e problemas que vinham à tona por causa da falta e da saudade. Naqueles dias, meus segundos eram mortos propositalmente por meu corpo, como se fossem anti-corpos agindo à fim de me salvar. Aquele tempo poderia, meus segundos mortos, serem representados por Shakespeare: "pior que erva daninha cheira o lírio que apodrece." Mas e se ela voltasse para casa somente para reconfortar minha irmã e eu, aqui em nosso lar? Teria valido à pena? Conseguiria eu, de novo e ignorantemente, chamar este aposento tenso e triste de lar? Seria a mesma coisa novamente?

Bom, no começo de sua volta, a saudade foi recompensada pelo simples fato de eu chegar da escola e vê-la sorrir um "Bom dia, filha". Mas hoje, sinto na obrigação de retribuir-lhe de alguma forma. E o que significa essa vontade então? Percebo então que aquela frase "estou bem agora que estou de volta", ditas em palavras por ela, foi totalmente contrária no silêncio de seus olhos cor de ervas daninhas. E é assim, que por causa disso, ainda guardo alguns momentos de segundos mortos. Mas não se preocupe! Eu vou te recompensar em forma de agradecimento. E finalmente, os segundos mortos, vão nos ser recompensados com o céu azul e sorrisos brancos de amor, liberdade, independência e felicidade, mãe.

Luíza Oliveira
Enviado por Luíza Oliveira em 16/08/2013
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