A arma, a munição e o alvo
Segredamos muitos pensamentos e ideias que por vezes modelam nossa personalidade, nosso espírito. Adornamos nossas vidas com valores que elegemos como os mais importantes e buscamos neles um mundo de maravilhas. Essa é a atividade principal dos seres que pensam e fazem da vida uma maratona do cultivos (não escapando à regra do plantar, regar e colher).
A arte de viver desenvolve-se como uma persecução do disparo de uma arma. A vida se encarrega de nos apresentar alvos, cabe-nos, segundo os valores eleitos, escolher e disparar rente aos nossos desígnios. Não há por que não fazê-lo, deixar de tentar.
Temos todo o aparato bélico. A arma e a munição. Temos já à mira tudo aquilo que acreditamos que seja bom. A felicidade não é una, assim como os alvos não são os mesmos para todos. Alguns elegem a religião e outros a liberdade de escolhas. Alguns se encerram na luxúria e no prazer, outros na moralidade e na rejeição a uma vida pregressa. Nenhum dos caminhos a seguir suplantam em qualidade os outros. Todos são livres, a menos que interfiram na liberdade dos semelhantes.
Por fim, morte dará o resultado. Atirar para o alto e deixar-se levar pela imprecisão de uma vida sem rumo também é uma alternativa. Ao preço do sacrifício de uma existência. Recrudescer e esperar a vida passar é um ato de escolha, é o preço da liberdade. Contudo não deixa de ser um desperdício lamentável.