Ser ou Não Ser. Tal a Alternativa
Em confusos pensamentos ela se distorceu ao tentar recordar o que havia deixado escapar de si mesma. O que havia a entorpecido, porque as atitudes do passado não revelavam as consequências. Hoje ela sabe e sente, tenta compreender.
Recordações vêm à tona.
Paulatinamente, o que se vai logo volta, cedo ou tarde, e às vezes em momentos que nos surpreende. Uma constante linha de raciocínio trás as imagens perante a certeza que ela dá asas.
Ela pensa. Oh! Como pensa.
"Que situação difícil em que me colocaram! Eu não vim sozinha, não me pus aqui. Eu fui atirada á este ambiente solitário e só tenho a mim mesma."
Despacha as palavras sobre a mente que tenta se manifestar pertinente aos seus sentidos e a consciência. Ela tinha receio de conhecer aquilo que era indiferente, estranho, sair da rotina e experimentar algo novo; deixar entrar aquele desconhecido.
"Mas porque tenho que entrar naquele escuro de ilusões entorpecidas se eu vivo na luz da minha própria consciência? - Perguntou ela um dia para si."
Não havia explicação que definisse o que ela sentia. Mas, entendível.
"E porque eles não ouvem seus corações? Porque eles procuram sempre motivos para gerar infelicidade a si próprios e atacando aos outros que estão por perto e até longe? Eu não tenho nada a ver com isso! Meu caminho eu que faço!"
Não havia mais ninguém – uma pessoa – que pudesse saber o que tinha em sua mente. A consciência estava lá, era totalmente dela. E, como se tivesse a resposta para a sua pergunta, respondeu:
"Mas então, que estrada que tenho que rumar? Preciso de explicações! Tenho que saber onde tenho que chegar, não posso simplesmente apertar meus passos e não saber que objetivo eles têm de como prosseguir."
Em sua mente ditaram as seguintes palavras:
“Todos os caminhos que você souber usar utilizando a intuição, são esses os certos. O coração, a mente e a alma são suas bases para chegar aonde tem que chegar. Não duvide, sinta! Não julgues mais, aceite as coisas que não podem ser mudadas, assim terás respostas! Não lamente, compreenda que é preciso cair para levantar! Não construa pensamentos ruins, esses não são seus, limpe sua mente e deixe a luz que você tem lhe invadir! Não deixe que caminhos tentadores lhe façam desviar de seus caminhos verdadeiros, há muitas mentiras que parecem verdades aos olhos humanos! Enfim, seja você, sempre você e não o que a confusa semelhança de você queira que você seja. Seja você! Não crie expectativas e, sim busque o que de bom já existe dentro de você.”
Depois dessa cachoeira de palavras vinda da sua mente ela sentiu uma poderosa tranquilidade que vinha de dentro. Sentiu vibrar suas emoções, seus pensamentos e sensações.
Então, de olhos cerrados cada pensamento se elevava em busca de bons pensamentos. Ela podia sentir adentrar em seu organismo as ondas de energias que produzia através do que pensava e sentia por intermédio dos cosmos fluidos vitais, espirituais e físicos. Ela se entregou àquele momento.
Relaxamento muscular e psíquico.
Depois de um tempo veio o resultado do esforço anterior.
Um sorriso nos lábios dela denunciava o alívio que sentia. Uma paz imensa a imantou. Uma vontade de continuar ali, com aquela sensação de pureza. De paz interior. Agora parecia tudo mais fácil.
Não havia escuro, nunca houve, era só um detalhe que o véu que cobria seus olhos carnais escondia. Não havia “eles” era tudo fruto de suas atitudes. Ela se colocou naquele ambiente solitário, que por sua vez, em sua mente era assim. Ela não vivia na luz, e sim numa mera semelhança á luz que ela inventara. Mas não era nada disso.
Contudo, em uma viagem simples e curta pela sua consciência ela buscou as respostas que tanto precisava. A fé em si mesma.