O medo vem do nada e me domina...



Fecho os olhos, cerro os punhos cheios de nada.
Nado águas revoltas e rasas com minhas braçadas
Mergulho profundo no enfrentamento dos medos...
E sinto a força emergir a desvendar meus segredos

Na mais desvairada confiança em superar, reagir.

Procuro verdades, encontro abismos,
vazios que não acredito ser.
Reencontro a proeza de reviver...
Ao recobrir e tecer o manto de bem querer.

Concordo: Alguns medos são mecanismos de defesa.
Que nos avisam da nossa falível humanidade.
Outros são atormentadores, obscuros, indefiníveis
e deles nem conseguimos fugir.

Esses são tremendos e angustiantes porque labirínticos.

O medo vem do nada e me domina.
E luto e labuto astuto venço o oculto.
São predispostos desde longe, incutidos em todos,
gravados em mim.

Ofusco as nuvens com a plumagem dos lindos sonhos.
Dói-me, o medo de mim mesma.
Mas, não me entrego ao abandono da inércia e da apatia.
Todos os outros são severos, sufocantes, primitivos.

Primatas na pele dos meus arquétipos genéticos.

Mistérios de um universo secreto, indecifrável,
a invadir-me os sentimentos...
Neles navego meu intelecto encoberto ao descoberto
Perscruto o que está para ser parido e criado.

Curvo-me: Os medos são humanos, intrínsecos ao ser.
Contra eles, gasto os sonhos de mim.

Lufague & Hilde
Navegando Amor e Lufague
Enviado por Navegando Amor em 11/08/2013
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