CATEDRAL DO SILÊNCIO

Não exerci meu enfadonho oficio

Aparei meus polegares e médios

joguei os trapos nas costas e sai

Contando os blocos de pedra pelos caminhos,

Tentando sentir o cheiro do vento

Subi os monte das lembranças

Para ver se passado estava lá

Não encontrei ninguém

Apenas a esquecida estrada de ferro

Com seus dormentes e pedras

Levou – me pelos passos aos

escombros da catedral do silêncio

Lá não se orava para deuses

Nem altares e adornos de santos

Somente vagas e contorcidas imagens na parede

e o aroma sufocante dos pneus queimados.

Depositei flores nas lápides dos velhos amigos

E chorei copiosamente por aqueles que sobraram

Anderson Hazenfratz
Enviado por Anderson Hazenfratz em 09/08/2013
Código do texto: T4426960
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