CATEDRAL DO SILÊNCIO
Não exerci meu enfadonho oficio
Aparei meus polegares e médios
joguei os trapos nas costas e sai
Contando os blocos de pedra pelos caminhos,
Tentando sentir o cheiro do vento
Subi os monte das lembranças
Para ver se passado estava lá
Não encontrei ninguém
Apenas a esquecida estrada de ferro
Com seus dormentes e pedras
Levou – me pelos passos aos
escombros da catedral do silêncio
Lá não se orava para deuses
Nem altares e adornos de santos
Somente vagas e contorcidas imagens na parede
e o aroma sufocante dos pneus queimados.
Depositei flores nas lápides dos velhos amigos
E chorei copiosamente por aqueles que sobraram