O homem que..
São 5 da manhã e aquele homem está pensando: “São demônios ou anjos que habitam em mim?”. Um vapor sobe em meio a tanto frio, ele sente o cheiro de um novo amanhã, mas, não se sente vivo por isso. Ele até queria saber se no corpo de outro alguém haveria mais sentimentos bons do que apenas monstros. Porque até seu espírito se sentem recluso, não do mundo, mais da vida. É como se,ser solitário é seu único prazer. Mais até esse prazer doesse. Ele quer partir, porém são muitas bagagens pra se levar. Ele quer ficar só sem sentir essa destruição que mora dentro de si. Esse homem quer um lugar só seu, sem tantas histórias inacabadas que o lembrem dos horrores que praticou em sua vida. Que ele nem teve. Pois pra ele não era vida. Era existência. Permanecer ali parado em circunstâncias criadas por si, mais que ele não tinha armamento pra sobrevivê-las. Ele ouve um som, é um timbre de um relógio qualquer dizendo que começou. Começo o quê, ele pensa. O dia? O tormento? As estações? Os meses? Os anos? Ou simplesmente a vida? Os dedos deslizam seus cabelos grisalhos e a dor parece mais forte. Ele quer arrancar cada fio, no entanto isso é apenas um retrato do que seu interior deseja expulsar. O homem sentiu uma pontada na cabeça, são ligações de inúmeros neurônios descobrindo uma solução pra tantos mistérios. Saem apenas pensamentos drogados de um ser deslocado no mundo, pequeno nessa imensidão. Mais ele para. Ele pensa “e se eu pensar, focar em um ponto final?”. Isso não vai resolver. Ele não acha um ponto final, porque até isso é distante em meio a essa guerra de pensamentos.