Pensamento 219

Tinha olhos mas não via. Tinha ouvidos e não escutava. Tinha olfato e não sabia. Tinha paladar que a gula ocultava e o tacto jamais foi usado para afagar. Quando me escolheste aprendi que o vermelho mais intenso dizia com a fragilidade das papoulas; que toda a natureza se traduzia em sons sensíveis, especiais; que era magnífico o ar com os aromas do prado; que o sabor da tua boca era de mar e frutos silvestres. E a pele, harpa que tu tocas no meu corpo, responde, doce, pelo encanto de, na polpa dos dedos, suave como uma brisa, te aprender. Quando vieste, nasci.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 31/07/2013
Código do texto: T4413254
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.