POR QUÊ AMO?

NÃO TE AMO porque necessito de ti; necessito de ti porque te amo...

Logo, a livre confissão do amor precede a submissa concessão às egocêntricas necessidades, ultrapassando as suas peculiares imposturas e elevando-se para além de suas variáveis conjecturas...

Ao contrário do caráter transitório das necessidades e de suas sucessivas divagações, quem ama, o faz em todas as diversas circunstancialidades e condições...

Afinal de contas, ao passo que SENTIMOS uma necessidade, ainda assim DECIDIMOS como e de que modo a mesma deve ser cuidada e satisfeita. Amar é muito mais do que entregar-se a impulsos e forçar emoções; amar é acima de tudo a capacidade de gerenciar vontades e legitimar decisões...

Alguns estão fazendo das labaredas do amor nada mais do que vulcânicas explosões químicas movidas por primários instintos, e não como um fogo eterno mantido pelas consistentes "lenhas" dos reafirmados compromissos...

O autêntico amor não se cria duma casualística necessidade, mas certamente cria uma saudável dependência quando nasce no útero dos verdadeiros sentimentos...

Necessitar não é a primitiva condição para se amar; necessitar é a resultante consequência por se amar e a este amor querer fazer perdurar...