NOITE FRIA E SILENCIOSA

Está frio la fora... uma noite fria e silenciosa. O único barulho que ouço vem de meus pensamentos que não me dão trégua. Olho ao redor e me perco na escuridão do meu quarto, mergulho em um turbilhão de sentimentos tão claros e ao mesmo tempo tão confusos... os telefones mudos, as paredes mudas, mas não sei como este cenário poderia ser diferente: o que espero? por quem espero? Pergunto ao vazio e tenho como resposta novamente o silêncio, que só é quebrado pelo frio vento que insistentemente bate em minha janela, como se quisesse me libertar desse transe e me trazer de volta a realidade. Tarde demais.... meus pensamentos agora vagueiam, me sinto completamente dominada por sensações intraduzíveis, uma espécie de liberdade posso presumir.Estou exatamente onde sempre quis estar, e agora conduzo a realidade da maneira que me convém. Sim, e nesse lugar já não há silêncio, vazio ou escuridão, meu destino está completamente ao alcance das minhas mãos. Tudo me parece tão perfeito que..... não, há algo diferente. Posso sentir. Algo me toca de maneira suave, gélida. Deixo que essa sensação me domine, me conduza, e não me restam dúvidas: o frio vento dessa noite silenciosa enfim conseguiu o que queria: me trouxe de volta... Os telefones permanecem mudos, as paredes mudas, estou novamente nesta escuridão. Quanto ao vazio e o silêncio: Mortalmente sufocantes....

Débora Brandão
Enviado por Débora Brandão em 29/07/2013
Código do texto: T4410725
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