Viajei

Cá estou acendendo meu terceiro cigarro pra esquecer. Tomo um gole de café, me sento mais perto do vento e penso. Pela janela vejo uma bela lua e fecho os olhos, uma bela luz resplandece em minha mente. Será um pensamento? Ou o tic-tac do relógio? Contando as horas que eu penso, contando às horas que viajo, contando às horas que não durmo. Já não sei! Não sei dizer quantas voltas o ponteiro dá em quanto eu me esqueço do mundo e apareço em outra dimensão. Outra dimensão que se chama insônia e me acompanha dias a fio em uma solidão que eu mesmo escolhi. Enquanto a xícara se esvazia, o tempo muda de cor, o sol vai se preparando pra nascer, meu sono se acumula e minha mente entra mais uma vez em tic-tac. Outra vez, o relógio. Que conta as músicas eu ouvi, quantas eu apertei o replay e quantas eu tentei entender o significado. É um turbilhão de ideias que se passam em um segundo, ultrapassam os limites da minha imaginação e, entre meu dedo e o teclado, elas se colidem. Elas se encontram formando palavras que eu nunca usei. Eu aperto um pause. Quero sentir o silêncio, o silêncio das estrelas. Abro os olhos e a madrugada me conta tanto. Tantas histórias, que meus ouvidos se cansam e meu cérebro aclama um descanso. Um descanso na alma. E é assim que as emoções dormem, quando a alma pede pra esquecê-las.

Jaque Souza
Enviado por Jaque Souza em 26/07/2013
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