Uma sociedade que silencia



Uma sociedade não se finge de muda e nem pode se fingir de nada posto que ela simplesmente reflete a emergência intricada, caótica e emaranhada de seus membros. (Lembrar apenas que caótico não é e nem nunca foi sinônimo de aleatório, não é o oposto direto de determinado, e sim sinônimo de não previsível em totalidade apesar de ser um processo determinista em essência). Ela é muda pela desumanidade da maioria de cada um de seus membros. A sociedade emerge da complexidade mental de cada um de seus membros, e de suas interações, de seu comportamento, de suas aspirações, de seus desvios, de seus interesses, refletindo em realização social, o compromisso, ou melhor o descompromisso humano de cada um de nós.
 
Uma sociedade é o que somos nós. Uma sociedade tem a ética de seu corpo de indivíduos, cria as leis que dão sustentação ao poder politico, econômico e religioso daqueles que dão sustentação a esta mesma sociedade. Assim uma sociedade que se cala, se cala não enquanto sociedade, mas se cala enquanto cada indivíduo, que por seus interesses se cala também.
 
Uma sociedade que silencia o humano, somente ocorre porque cada humano se silencia primeiro, por seus interesses econômicos, políticos ou religiosos, entendendo-se por políticos, não somente a política comum e regular, mas também sua política do viver, sua filosofia de vida ou sua razão de ser enquanto homem. 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 25/07/2013
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