Devaneios Noturnos I
" Esse meu divago noturno, tão meu e tão insólito.
Não há de ser nada alem dos meus insolúveis pensamentos, mas por hora preciso abster-me de tantos e tantos. Centralizar a mente, é privar-se da tempestade e é preciso refrear , organizar , meus eus gritam, sussurram entre meus os neurônios, a atividade cerebral é intensa e me incomoda esse status maquinal.
Perpetuo-me entre a curiosidade e a ânsia do conhecimento, não sou intelectualmente privilegiada, mas a ânsia impulsiona para que a visão permaneça aberta, ampla, linhas, e retas, formando novos ângulos de visão, meus olhos não tão clínicos , não tão atentos andam queimando cansaço, abastecendo-me sempre de mais perguntas. O que não é de todo mal, embora exista a pressão pelos lados e pelas obrigatoriedades burocráticas, não nasci para isso enquanto a vastidão do mundo perpetua que só arvores e plantas nasceram com raízes.
Por enquanto sigo, falo de mim, falo de Deus, falo da morte, falo da vida, do presente, falo de tudo que vejo, exponho, opino e vou adiante. Quero aprender e ensinar, quero a amplitude de um mundo todo, sem perpetuar a crença de que dele só terei migalhas e que devo contentar-me com o pouco de solo que piso agora porque tentaram me fazer acreditar nessa impossibilidade.
Gosto dos horizontes porque não são limites, são setas de caminhos a percorrer, no meu rastro poeira e amor, e na bagagem tudo que há para ensinar e um tanto a aprender...
Quero o sabor doce da melhor fruta que a vida pode dar, e enquanto anseio me resta apenas a saudade do poeta, das canções de bossa nova, um rosto lindo no retrato do meu coração e água gelada para acordar cedo amanhã pela manhã.
Deveria ter mais amor nas canções, calçados mais baratos para andar no mundo e menos muros físicos, mas principalmente burocráticos e mentais.
Ah! Esse meu divago noturno... Está cada vez pior.."