ENAMORAR-SE, ENVAIDECER-SE, INDIGNAR-SE, ODIAR...

É impossível estar sempre enamorado pelas coisas que nos cercam, mesmo que o espírito não seja dos mais benevolentes.

Ser solidário não significa ser tolerante com as mais agressivas atitudes. Porém, sem se tornar um enamorado pelas flores, pelas montanhas, pelo mar, pela beleza feminina, pela (rara, talvez) dignidade humana, pela utilidade das ideias sinceras, pela eficácia dos brilhantes projetos, pela beleza da criação artística, fica (quase) impossível viver, a vida se torna muito mais monótona, insignificante.

HAY QUE ENDURECERSE SIM PERDER LA TERNURA JAMÁS. Mantendo a severidade de ideais e atos, diante de situações extremas Ernesto Che Guevara conseguiu conciliar sentimentos belos com indignação. Endureceu-se com os que se contradisseram aos seus ideais de liberdade e dignidade humana, mas soube ser doce nos momentos em que a situação o exigia.

Entender que a vida é uma sequência de picos e depressões é rigorosamente necessário para que se leve em frente o “processo da sobrevivência”. Mesmo que a generosidade custe, em alguns momentos, doses de aborrecimentos.

O caráter dos homens não está somente em grandes atos de glória. As pequenas atitudes muitas vezes representam mais utilidade do que enormes gestos de bonomia.

Há que se indignar com os que se preocupam em destruir as mais belas teses, com os que não se preocupam em manter os mais belos gestos, cujas atitudes seriam responsáveis pelas boas tradições.

Há que se manter a aversão aos que só querem destruir os bons costumes, aos que intencionalmente ferem a ética e atrapalham as boas relações.

A manifestação de insatisfação aos atos indesejáveis deve ser tão entusiástica quanto bem elaborada. A declaração de amor às belezas, contanto, devem se tornar perenes.