Outra.

Lembrar todos os dias ao amanhecer

que o gosto do café não é mais o mesmo.

Ninguém o adoça como ela.

Ou açúcar por demais ou por menos.

Desisto de esquentar meu dia

corro para sufocar minha dor

em alguma dessas modernidades.

Ela está lá

curtiu o que compartilhou seu companheiro

e o correspondeu com um - nunca estive tão feliz - soquei a tela

no quarto como criança enfiei as fuças no travesseiro e chorei.

Só podia pensar no quão incapaz fui de dar-lhe felicidade.

Regenero algum tipo de sentimento que ainda resta de fé e volto.

Uma rotina me espera e no quadrado que enclausura minha face

e no balanço do corpo que não dança e sim cansa

desse ônibus a avisto. Atravessa a rua, flutuando num sorriso.

Não foi o sorriso que lhes causei.

É outro. É novo. Veio depois da dor. E veio mais forte.

Mais cor. Mais amor. É feliz.

E agora Drummond
Enviado por E agora Drummond em 23/07/2013
Reeditado em 30/08/2013
Código do texto: T4401473
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