Flutuar Espelho do tempo
Em silêncio profundo, vejo contemplar.
Meu ser levemente absorvido por um instante mágico
Conduzido por um transe sutil sinto tatuar o espelho do tempo.
Cruzo fronteiras, navego pelas ondas do tempo.
Por montanhas penhascos gélidos. Flutuo.
Ainda que eu tente me agarrar, o silêncio, o ar gélido da montanha, presente em minha viagem, me faz real em meu sonho.
Tenho sensação de não estar com pés no chão.
Sinto estar indo á frente de um tempo não presente.
Esse tempo para mim é o futuro... E eu agora transfigurado em sonhos.
Qual razão desse fluxo conduzir minha mente?
Estou entre sonho e realidade, mas, desperto.
Em um instante que contemplo um silêncio dentro de mim.
Tenho consciência da realidade em dois mundos.
Estou presente, e o outro lado dessa realidade se faz em mim.
Meu corpo moldado em toda paisagem.
Parece ser pedras, montanhas, o ar que flutuo, e toda emoção em mim.
Tenho plena consciência que sou, enquanto me desmancho pela paisagem.
E cada vez que tento decifrar o indecifrável , mergulho no espelho do tempo.
Sugado pela matéria parece diluir em minúsculas partículas.
E quando tento tocar e certificar minha realidade, o intocável vem permear.
Distante de mim, mas em mim.
Estendo as mãos e não posso tocar.
Vejo-me. Meu corpo deitado em sono tranquilo.
Repentinamente, o sol parece brilhar, sinto acordar.
Leveza, tranquila manha cheia de luz solar diante de mim.
O sonho fez revelar, descanso, paz e um belo flutuar.