Falta
Peço que compreenda meus defeitos, mas não ignore-os, pois deve ama-los assim como diz me amar. Dia após dia eu tentava ver no espelho um reflexo diferente, mas meus olhos sempre estavam lá, tristes, pálidos, perdidos em devaneio que carregavam o seu nome e os nossos sonhos, nossos… Que agora são só meus. Sempre que me pedia ajuda eu lhe estendia a mão, a sua tocava a minha vagarosamente e amedrontada. As minhas ao contrário das suas, estavam calmas, firmes e quentes. Ao mesmo tempo em que eu puxava algo real para meus dedos e olhos eu puxava uma ilusão, que de tão doce ludibriava meu coração e assolava a minha razão. Quando eu olhava em seus olhos meus lábios gritavam colados um ao outro. Por que não fica tempo suficiente para a ilusão se tornar real? Para que ela possa se apossar desta mente já destruída, que com tanto sacrifico, sustenta um coração que já fora destruídos centenas de vezes por esses olhos tão doces, por essa voz macia e adocicada. Por que!? Você já não sente mais a minha dor? Não sente a falta que faz? Não sente o amor que sentia? Não sente cada lágrima seca que cai diante de ti quando estou sorrindo? Se não sente, por que diz sentir? Talvez a abstinência tenha me enlouquecido e esse seja um sinal para parar de perguntar tanto e seguir em frente. Eu tenho duvidas se consigo seguir. Hoje eu presenciei algo; ao me olhar no espelho, meu reflexo sorria, mas eu não fazia o mesmo… Talvez eu devesse seguir o seu conselho. Eu não queria sentir tanto a sua falta menina […]