QUIETUDES

Às vezes, em raros momentos de quietude de minha alma, sou capaz de ouvir alguns silêncios. Eles me dizem coisas incríveis! Dizem o que eu queria ouvir de algum amigo, próximo ou distante, mas ciente de minhas mazelas. E também me falam do mesmo silêncio dos que nem as suspeitam. Dizem coisas de me consolar, de me animar e de me repreender. São coisas incríveis! Bálsamos, às vezes! Dizem, no silêncio desses momentos, o perigo ou a doçura de meus maiores segredos e deles fazem troça. De meus piores temores dizem uma bobagem qualquer, pois nem se preocupam com eles. Fazem pilhéria com minhas ansiedades. E nem se despedem quando o sonho acaba e todos os meus silêncios se dissipam, na claridade das manhãs ainda inconclusas de minha insônia mais ou menos silenciosa.

(MGS-12.07.2013)