TENTATIVA DE ME ANALISAR...
(texto escrito por Janil Lopes Corrêa – jlc - jan)
Não sou artista: escritor; poeta; pintor; ator; cantor ou compositor. Entretanto, se assisto a uma peça ou a um filme em que há sofrimento de amor, de dor ou quando ouço uma música orquestrada em que percebo que seu compositor, ao fazê-la, com certeza, tocou sua mão na mão de Deus (“Apenas um coração solitário”) por exemplo, na fantástica interpretação de Freddy Gardner, o maior, melhor e mais perfeito saxofonista do mundo, ainda, mesmo após mais de sessenta anos, de sua morte ou, outro exemplo, a interpretação de um tenor, como Pavarotti, em “Nessun Dorma”, nas óperas Carmen, Otelo. Adios (música que, eu e minha primeira namorada, escolhemos para compor o nosso amor) com o som da maravilhosa orquestra de Gleen Miller e tantas outras músicas clássicas emocionantes... Naqueles momentos, mesmo sem querer, participo daquela interpretação e, como se protagonista fosse, sinto toda aquela emoção, de tal forma intensa, que chego às lágrimas e, como aquele intérprete, todo o sofrimento que aquela peça, ópera, filme, ou música romântica provoca: dor de saudade; de amor; ou de tristeza. Geralmente, quando isso acontece, estou compulsoriamente solitário, quase sempre, na gostosa companhia do meu cãozinho Júnior e na reclusão do meu sítio, naquele paraíso, que, creiam, criei só para mim, pois ninguém me acompanha. É lá que meu pensamento voa e me remete ao passado onde me encontro, nessas fantásticas viagens, com a saudade e rememoro os momentos mais felizes ou mesmo os mais tristes que já vivi. É lá, também, que afloram os meus textos e poemas, inclusive os eróticos. Eu, sempre, viverei intensamente, confesso, enquanto me for permitido!
Serei eu MASOQUISTA ou um momentâneo masoquista? Serei eu um romântico ou um excessivo sentimental? Que explosão é essa de sentimentos que de repente me afloram? Não sei! Será isso bom ou mau? Só sei que, nesse momento sublime, (sublime de belo e não de sublimação) ao emocionar-me às lágrimas, me sinto mais humano, lavo a minha alma e fico mais leve. Talvez isso, explique o desprezo que sinto por vulgaridades, mediocridades que não nos dizem nada, não servem para nada, puro lixo, exemplos: rock pauleira ou metaleiros, músicas com interpretações ridiculamente dúbias, como “Dako é bom!” e, apesar de tanta asneira, um monte de imbecis e retardos a acompanham e aplaudem.
A inversão de valores no mundo criou alguns monstros não sagrados, apenas ridículos e, nesse momento, o sentimento, que me aflora, é inverso: é de nojo, raiva!
Serei eu paradoxal? Porque ao mesmo tempo em que gosto de coisas puras, emotivas, poéticas, também gosto de escrever poemas eróticos e de tudo que se refere ao erotismo, evidentemente, quando envolve um homem e uma mulher!
Nesses momentos, eu me permito sentir tudo isso e tento analisar-me. Confesso que às vezes fico assustado com tanto sentimento e, por isso, indago a mim mesmo: Serei eu masoquista, romântico, piegas ou sentimental?