Sábado a noite.
Uma bela moça se aproxima e pergunta:
- Quem é você mesmo?
Empertigada respondi de forma automática, ríspida.
Apanhei meu copo ainda cheio e rumei para fora.
Abriguei-me em meu refúgio externo que internaliza os momentos de urgência.
Desatenta e desinteressada, observei a fumaça do cigarro desenhando o ar.
O vento se fazia gelado, dolorido.
A chuva incessante, tediosa.
Um questionamento mórbido e clichê me fez refletir por horas:
- Quem era eu naquele lugar? O que eu estava fazendo lá?
A música que já não era de qualidade, perdeu o sentido.
O clima, as pessoas e as intenções tornaram-se enfadonhas.
Os momentos posteriores a pergunta não fizeram mais sentido...
Como se outrora já tivessem feito!