O vidro

O vidro é forte, frágil e transparente. Acredito que o ser humano deveria tentar comportar-se como tal, pois as atribuições do vidro são aparentemente simples, porém quando enxergamos a essência, é possível percebermos a grandeza excepcional dessas prerrogativas. Se todos passassem a ver a vida por esse viés, certamente tudo seria diferente.

Sabe por quê? Porque quando indago “Forte”, refiro-me a capacidade que esse material tem de suportar aquilo que é frio e que é quente. Trazendo para a realidade do ser humano, é possível fazermos uma analogia, ligando essa “força” à capacidade que o ser humano precisa ter para saber suportar, na medida do possível, as adversidades da vida.

Já quando explicito a fragilidade, refiro-me a delicadeza do material, no sentido de: “se cair no chão, quebra”! Bem assim somos nós. Muitas vezes aparentamos ser fortes, mas basta uma decepção, uma dor, uma angústia para percebermos o quão fracos somos nós. Essa fragilidade é vista como algo negativo, porém ela é necessária para que tenhamos a percepção da necessidade de aprender a se colocar no lugar do outro, de sermos pacientes aprendendo a esperar as coisas certas no momento certo, para que sintamos a necessidade de sermos humildes diante de nossas fraquezas sabendo reconhecer, acima de tudo, que a vida é uma aventura incrível, cheia de desafios e surpresas onde somos nós os maiores responsáveis por tudo que acontece nesta efêmera jornada.

Por fim, quando cito a transparência refiro-me a visibilidade e aptidão que ele nos dá para que enxerguemos o que há por trás e o que há por dentro dele. E é assim que devemos ser: Transparentes, dando sempre a oportunidade àqueles que nos conhecem de saber quem realmente somos. Permitir que os outros nos conheçam é dar oportunidade para nos conheçamos também, pois é a partir do espaço e da convivência em sociedade que temos a capacidade de nos auto descobrir.

Que a partir de agora, passemos a ver a vida por esse viés. O vidro é espelho para muitos. Então, comportar-se como tal é dar abertura para que as pessoas que nos cercam repensem em suas atitudes e que ao final permitam-se, também, serem fortes, frágeis e transparentes.

Islane França