Seja bem vindo!

Venho me perguntando desde ontem se ainda me permito apaixonar-me de novo. Depois de meses na secura de uma solidão sem fim, novamente senti ontem todas aquelas emoções chatas que sentimos quando nos interessamos por uma pessoa. Aquilo tudo de coração na boca, mão fria para pronunciar as palavras, confusão, perdas.

Metade de mim ainda permite viver um amor novo, ou pelo menos alguma parte se permite interessar por alguma coisa que amo nos homens, como a altura, o gingado e a forma de fazer sorrir, não a mim, mas a todos que estão a sua volta. Já a outra metade ainda trancafiada em uma parte que anda sozinha há alguns anos, como se tudo isso tivesse me viciado de alguma forma, a solidão se tornou meu vicio e agora com a sua chegada encontro-me em uma grande crise de abstinência.

Como pode, a vida pacata de sempre, os mesmos ritmos musicais, a mesma maneira de se vestir e do nada você aparece em meio a uma porta lateral da cozinha da casa de um amigo e muda muitas coisas. O cheiro muda, modifica-se instantaneamente fazendo com que aquilo que antes não havia cheiro se torne uma fragrância natural, do corpo.

Fiquei anos refletindo e fazendo planos de como iria ser a minha vida já que considero a possibilidade de ter nascido impar e então em meio a um feriado de frio com os amigos próximos você aparece e me trás apenas os números pares.

Não sei se essa história vai acabar como todas as outras, sempre há dois corações e o meu certamente será partido e ferido, mas da forma como for....seja bem vindo a minha vida!

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 11/07/2013
Reeditado em 26/06/2020
Código do texto: T4382871
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