Viver...?
Lágrimas caem.
Não, não que possam ser vistas,
Porque elas não podem.
Mas caem, caem de uma alma triste e enfadonha
Cansada, ao extremo, de viver.
De ser, de se manter,
De continuar a ser.
Não fora feito para este mundo,
Mas deveria permanecer.
São sentimentos recorrentes,
Trazidos pela incompreensão
Pela racionalidade,
Pelo senso exacerbado de ser.
Estava com olhares e olheiras exaustas,
Estava expresso em sua face, através de rugas,
O quão cansado estava,
Não poderia ele buscar por outra, se não, a salvação.
Mas sabia ele, isto não poderia ocorrer.
Para isto, teria de abdicar de seu mundo,
De quem era,
De quem se tornou,
E de tudo o que lutou para construir,
Não que fosse muito, pois não era.
Mas cabia a ele fazer de sua luta e de seus ideais:
Reais.