Quando não está só
Qual seria o motivo do pensar
Se não procurar por algum sentido
Descobrir o novo ou lembrar
Mudar o rumo e virar na esquina
Dobrar o infinito imutável
As perguntas que estão no interior
São as mesmas que refletem no exterior
Selvagem domando o espírito
Brincando de sorte com o destino
Calcula os dias com a ampulheta
Se aventurando no desconhecido
Não fala pois desconsidera os sons
Com os sinais descobre o mundo
Que a sua volta ainda existe
Fala com estranhos no caminho
Dividindo palavras escritas
Encontra verdades de mentira
Gosto do amargo doce
Um recado que não se espera
Debruçado na janela
Vê o mundo girar silenciosamente
Fecha os olhos para o que não vê
E se concentra nos detalhes
Aquela voz do seu eu que não se cala
Histórias de sonhos perdidos
Uma peça teatral de apenas um ato
Todos os passos pesam no tempo
Pois reconhece quando não está só