despedidas, não há vida sem a morte
sei que jamais vou esquecer
sei que pra sempre vou carregar este pedaço de minha vida
com tantos significados e sentimentos
eu machuquei sem medida
gritei minha dor
eu desferi e chorei
eu sorri... o tanto que meus lábios puderam
eu amei...o quanto meu coração pode
e hoje, tudo que profundamente desejo é esquecer
mesmo sem poder, é tudo que eu gostaria
é o preço que vou pagar, aprender, como alimentar uma alma novamente.
é carregar, todo retrato pintado, gota a gota, com a cor vermelha de sangue... e o azul dos sonhos..com a luz única de um espirito
o escuro, não passa do branco, onde sonhos se pesadelos se alinham... o bem e o mal...fuzilando e deixando sem saber como ir
quanto tempo demora..pra isso acontecer, a despedida que tanto se recusa, mesmo errando, mas acreditando e o dia parece sempre retomar.
o choro de minha alma, briga com a razão do caminho que acho ser o certo...teimando com meu próprio ser, respeitar meus limites de dignidade. tudo para nao perder um resto de identidade.
ser forte, passou a ser, conseguir abrir os olhos pra um vida que ainda não para. é continuar sem o desejo de sentir mais.
meu relógio ainda não decidiu parar o tempo, não importando o quanto eu o deseje. o quanto eu sinta ser o limite. nada espera.
a força que desejamos, é como você ter que lutar sem nada, a obrigação de conseguir se alimentar com algo que jamais pensou.
pensar no que fazer e acreditar em um branco. onde não se nasceu a esperança ainda, e neste tempo, tudo que almejo, seria ser arrancado minha alma.
todos os braços que se estendem, todo calor externado querendo entrar, nada parece ser o alívio que minha mente ou meu coração deseja. e minhas lágrimas nunca estiveram tão frias, gélidas, e nem o leito do meu esquecimento, como desfalecer dormindo parece aquecer ou trazer a paz suficiente.
tudo isso, fora eu. tudo que eu plantei com minhas mãos em um chão sem dono. sem alimento verdadeiro, e minhas folhas secas, começam a cair para a terra de um vento sem destino.
não arrancaram meus pensamentos, mas eu não posso também falar, pois minha alma ficara há muito distante daquilo que poderia ser ouvido, sentido.
tudo foi desfragmentado.. e partes de mim voam.. eu não quis perder minha identidade, mas fato que não sei quem sou ou o que sou também.
e, o que vou me transformar, mas sei, que com esta amargura, as esperanças são ínfimas, e preciso mudar. mas estou no início, tudo que ainda ouço, são minhas próprias perguntas... eu não ouvi todas as respostas, elas virão... um dia, eu talvez saiba e descubra porque tanto insisti e me perdi.
achei que a maturidade fosse o auge da vida, e tudo que cheguei, fora a um triste momento, onde cada dia sinto mais perder do que ganhar. com os valores tão altos.
talvez, eu não tenha descoberto como me desprender. ainda não descobri sobre as despedidas, que parecem ser a coisa mais natural da vida.
confesso, esta parte ser tão frágil... tão menina. tão medrosa e tão carente necessitada.
mas, aprendi sim... sobre minhas derrotas e fracassos.
a medir o bom e o ruim. a discernir.
eu aprendi a sobre meus erros.. eu aprendi a perder a vergonha de mostrar minhas fraquezas. e sobre o mundo, descobri, que não tem olhos ou ouvidos.
todos estão no mesmo caminho, vivendo no mesmo teatro de vida. relutantes para manter o equilíbrio.
logo, estarei na mesma cena, e fato que, não terei olhos para outra coisa, se não minha própria vida.
dias felizes, isso descobri cedo, são momentos que não temos consequência de teor, tanto que sabemos o valor, mas, apenas vamos respirando sem medir valores, se pensado, seria este valor, duplicado do mediante a perca deste sorriso.
a energia disposta, me faz, cada momento apenas nao querer viver com a intensidade, pois é assim, sempre fora. os polos que nos consomem. o cansaço que faz parar, e pensar, como ainda sou imatura e desobediente com a vida.
eu so queria começar, sem ter que fazer parte tantas mortes.
mas talvez, seja um sonho, e não aja vida sem a morte.
não quero ouvir, quero o silencio. quero isenção de sentir. se pensar. quero somente meus pedaços, por enquanto, poder apenas respirar.