Rústico.

Desesperado é como me encontro em meio a multidão. Sem saber o que fazer ou para onde ir. O dia mais sombrio de minha vida até então. As vozes que á muito tempo estavam adormecidas, acordaram e agora berram meus pensamentos mais profundos e perturbantes.

Conto os passos. Um por um.

Em meio a tantas pessoas, mas completamente sozinho.

Desolação.

Peço ajuda, mas como sempre, não fui atendido.

Como assim ninguém mais consegue me ajudar? Não tenho salvação?

Foda-se você! Fodam-se todos vocês!

Sou o dono de minha própria vida, porém não sei o que fazer com ela.

Um ambiente rústico. Extremamente grosseiro. O mofo na parede e o teto a gotejar. Não existem janelas aqui onde estou. Apenas um feixe de luz que passa pelo buraco na porta que foi corroída pelo tempo. O cheiro é horrível. As paredes estão sujas de tudo que se pode imaginar.

Consigo ouvir os gritos do companheiro ao lado. A torneira deixou de funcionar há muito tempo e a única coisa que consigo me lembrar de lá fora é a imagem de um mundo corrompido por porcos sujos.

Lamento que tenha que ser assim. Lamento que minha cabeça seja assim.

Guilherme Henrique
Enviado por Guilherme Henrique em 05/07/2013
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