REENCONTRAR MINHA LINGUAGEM

Na tarde de 05 de julho de 2013

Queria, ainda, na quase impossibilidade de reencontrar-me com minha própria vida - se é que tal coisa existe, ou tenha existido algum dia - reencontrar algo da minha linguagem, com chance um pouco menos irreal de ter existido. Reencontrar o possível de minha linguagem, para prosseguir a dizer o que não consigo e, também a dizer o que não tem nem nunca teve nem terá o direito de ser dito: minha sempre linguagem de inter-ditos. Afinal, vida de interditos, linguagem de inter-ditos.

A quem me ler e também aos infinitos que não, desejo o mais ensolarado (ainda que só na alma dos que estiverem em outro hemisfério) fim de semana.

P.S. Aos que prefiram dias de outro teor atmosférico, que tal lhes seja dado. Tenho um amigo dileto que, paradoxalmente para nós, seres dos trópicos, só se sente realmente feliz em dias nublados - não falo por metáforas, é assim mesmo que ele ama os dias. Ele queria ter nascido na Noruega. Bem, é raro, mesmo, alguém que tenha nascido onde quereria ter nascido. O que nos resta é tocar os dias, com amor ou sem amor pelo lugar onde precisamos estar a existir. Com amor é muito melhor, claro. Muito, muito melhor. Tenho certeza de que sim.

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