Vislumbrando um outro norte

É impressionante como a maioria das pessoas que te cercam, ou seja, aquelas que caminham com você no dia a dia de uma vida vitoriosa, de repente, mudam de ideia pelo simples fato de você ter exposto a vontade de mudar de vida, de aposentar. Os incentivos de antes viram frustrações e negações sobre o teu futuro, e frases totalmente descabidas começam a circular por sua mente, advindas de quem antes era só entusiasmo com a tua presença nesse dia a dia. E é nesse dilema de dar ou não atenção aos mais chegados que muitos acabam por sucumbir tão cedo, após se desligar da vida onde mais que a metade dela foi dedicada a satisfazer o ego dos que diziam estar contigo, para o que der e vier.

Mas já ciente de tudo isso me preparei de tal forma que os comentários alheios à minha vontade, nem sequer adentraram minha mente. E foi ai que vislumbrando um outro norte, abdiquei-me de todos os dias bater na mesma tecla, no mesmo ponto, não que isso me incomodava ou me provocava desgosto, muito pelo contrário, era uma satisfação enorme saber que era útil no canto onde meu suado pão subia à minha mesa, mas resolvi dar um novo rumo ao meu futuro e parti para uma nova investida, diferente da vida que levava .

E já que eu estava disposto a galgar novos patamares, tinha eu que estar ainda me sentido jovem para isso. Sinto saudades é verdade, mas a depressão não me pegou e jamais me pegará, pois me preparei bem antes podando- lhe todos os caminhos que por ventura a levasse ao meu corpo. Nesse meu outro afazer estou me sentindo tão rejuvenescido, que não tenho tempo para choramingar o passado e ainda, sinto que estou dando uma lição de vida os que quiseram me diminuir. É o meu novo norte, um futuro ainda mais promissor do que aquele que desenhei em minha mente. Aposentar nem sempre é sinal de inutilidade, quando se quer realmente viver colhendo os frutos da árvore plantada e regada com responsabilidade no passado .