E dai?
Amanhece e tá frio,
são os primeiros dias do inverno,
são os primeiros dias do inverno,
horas cheias, sempre corridas,
atravessar a cidade para trabalhar,
atravessar a cidade para trabalhar,
o vento varre as ruas,
as vezes suavemente, outras pertinaz,
as vezes suavemente, outras pertinaz,
na solidão do momento, coração apertado no peito...
Sentimentos de lembranças,
que nem mais eu sei porque,
que nem mais eu sei porque,
apenas sentimentos,
contidos no vazio de um dia totalmente cheio...
contidos no vazio de um dia totalmente cheio...
Sentimentos fugazes,
fugindo de mim mesma,
fugindo de mim mesma,
será que estou temporizando minha felicidade?
No meu enigma de sempre,
inquieta na minha humanidade,
inquieta na minha humanidade,
viva, reflexiva, paciente e neural,
inconstante, nesta constante e falsa liberdade!
inconstante, nesta constante e falsa liberdade!
A dor me faz crescer,
ser feliz também, sorrir, chorar,
ser feliz também, sorrir, chorar,
ainda não achei a verdade, nem sei se ela existe...
Mas os caminhos se cruzam,
as pessoas entram e saem das nossas vidas,
as pessoas entram e saem das nossas vidas,
os filhos crescem, o casamento acaba,
vamos caminhando e caminhando...
vamos caminhando e caminhando...
A vida não pára, são trilhados passos em todas as direções;
E o penhasco está ali ao alcance de um descuido,
de um dia frio de inverno...
E dai?...
de um dia frio de inverno...
E dai?...
Silvana Santos