Entre avô e neto.

Gostaria de fazer parte algum dia de uma conversa entre avô e neto.

Imagino a beleza rara de se ver quando o neto pede para que o seu avô o conte uma história. Fico imaginando o que se passa na cabeça daquele senhor que deverá ter seus 70 e poucos anos, fico imaginando quantas e quantas histórias passam pela sua cabeça. Imaginando os tempos na fazenda ainda quando era um menino, brincando de pião.

O cheiro da natureza, o barulho dos patos na lagoa, o grito para ir almoçar de sua mãe. Mais jovem, lembrando de sua primeira namorada, de seu primeiro beijo, do cheiro do cabelo dela, seu perfume favorito.

Algum dia ainda vou participar de uma conversa entre um avô e seu neto, e farei questão de sentir ali as delicias de saber que quem me conta as historias é alguém que já viveu muito. Um velho de idade sim, mas também, principalmente de conhecimento.

Quero poder preservar cada história que será pronunciada por aquele velho moço do passado e guardar em meu coração as lembranças.

Infelizmente hoje em dia muitas pessoas que ainda tem avôs não param para ouvi-los, sendo que estes tem tantas e tantas coisas para contar, até mesmo seus modos de andar dizem alguma coisa sobre como viveram sua vida, a forma como dão risada também.

Só quem vive a saudade da perda de um avô(a) sabe a falta que faz, a falta do cheiro único que trás, a forma tortinha de andar e pedir ajuda e principalmente, com certeza a falta das conversas e conselhos.

(Não existe um dia em que eu não pense em você, minha amada e eterna vozinha.)

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 02/07/2013
Reeditado em 26/06/2020
Código do texto: T4369430
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