Sobre a (In)Certeza De Amar
Ouvi e li muito sobre o amor, sobre o amar. Discuti, divaguei, discursei, debati, escrevi. Mais sobre o amor, sobre o amar, do que sobre outra coisa qualquer.
Acreditei, desacreditei. Senti, jurei, menti que sentia, jurei que não quando sim, evitei, me esquivei, quis, não quis, me apaixonei. Cinco vezes. Por dia! Durante muito tempo...
Fiz uma canção. Duas, três. Os nomes mudaram. "Julio", "Gerson", "Joaquim", "Juarez"... A gosto do freguês!
Me fiz, refiz. Mudei. Colori, emudeci, gritei. Oito, oitenta, oitocentos, tudo de uma vez.
Os olhos viram, o coração sentiu. Os olhos não viram, o coração sentiu. O coração sentiu. E sente, sempre sente. Tudo! E isso é o amor. Tudo!
Tudo ou nada!
Quem não arrisca, não petisca? Pois quem petisca, fome passa! Quem arrisca, não entrega tudo. E sempre digo, amor é isso... É tudo!
Se entregar sem saber do retorno, se jogar sem conhecer o pouso, voar de olhos abertos, sem pára-quedas, sem estar preparado para a queda. Sem esperar cair.
E se cair, será em (e)ternos (a)braços, gozando de cada pedaço do espaço que amar (re)cria, usufruindo dos suspiros mágicos, dos pensamentos insensatos, da medida infinita.
Ouvi e li muito sobre o amar, sobre o amor. Nada se compara a sentí-lo, palavras não podem ilustrar. E de tudo o que se pode aprender, nada se compara a ler com a alma o sentido desse verbo. Tem "A" de início, infinito como o mar.