SEI QUE TE AMO

NO INÍCIO DA MADRUGADA DE 28 DE JUNHO DE 2013

Nunca serei capaz de compreender porque te amo. Sei que te amo. Este saber me ultrapassa a razão, o bom-senso, o próprio sonho, o meu sentimento de não ser no mundo.

Há milênios de mim te amo. Volta-e-meia te recuso em mim, mas, não adianta, que estás na minha raiz, no meu caule, nos meus galhos, nas asas que sangram, no olhar que não vê, na voz que não me canta; também na memória implacável, também na palavra de amor que arranco de mim; em tudo o que não compreendo nem compreenderei, que emana de ti; nas misérias que sei de mim e de nós; na minha nostalgia de Deus, na minha terrível saudade de tudo o que é e não é em nós; na palavra poética que sobrevive e assegura a respiração ainda possível.

Te amo, eis tudo. E nada há a fazer. Não sei se conseguiríamos viver juntos, se tal nos fosse possível. Sei que te amo. Para além da vida que não sei se conseguiríamos, para além da minha linguagem e do meu silêncio. Te amo como amaria amar-me a mim. Eis tudo. Eis tudo. Eis o que é.

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