Ambiguidade

Admitindo-se  que o amor  não morreu...
O entardecer vem mansinho quase sem cor... machucar.
Uma saudade calma silencia fundo,
Fundo...  Tocará junto com a noite que não nos perdoa,
que passa por todos os cantos da sala, do quarto,
Invadindo
os cômodos da alma... lembrando a sua distância.

Mas tem boas lembranças de desejos loucos
que esvaíram-se saciados, cheios de promessas.
Ainda sente o leve vento soprando-lhe
em toque suave das mãos, o seu rosto e o gosto,
Ainda dá tempo de assistir, desfilando
com elegância e faceiros, passeando... Em palco de ilusões:
A vaidade, o sonho e a estranha euforia...
Ensaiando uma esperança, uma  felicidade.

Sem o temor de fantasmas, ela ainda dá risadas, sim.
A felicidade!
Lembrando-se que poderia ser diferente!
Lamentando-se insistentemente o quão crédula caiu
montanhas abaixo,  rolando pelas pedras, foi chuva e sol
confundindo-se, na descida, vinda das nuvens até os mares.     

Em busca da saída chamada ilusão, com ansiedade... 
E vontades do amor,  dentro o coração chora. Fantasias?
Ela se arruma, esperando a noite. Para encontrarem-se nas estrelas
Saciarão os seus desejos, cala a alma  e apenas esse amor, grita!
Saciam-se apenas em pensamentos
que ora  agonizam e desmaiam... na saudade.
Esvanecida distância torna suas almas aflitas.

Porém insiste  essa dor e a  ambígua aparência...
Custa admitir quando o amor  morreu...  dentro das mentes.
Ocupar quartos separados,  é sinônimo de amor!
Mas ainda hoje muitos estarão sozinhos cada um,
Perdidos  em universos seus somente.











 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 27/06/2013
Reeditado em 12/05/2016
Código do texto: T4361218
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