Ambiguidade
Admitindo-se que o amor não morreu...
O entardecer vem mansinho quase sem cor... machucar.
Uma saudade calma silencia fundo,
Fundo... Tocará junto com a noite que não nos perdoa,
que passa por todos os cantos da sala, do quarto,
Invadindo
os cômodos da alma... lembrando a sua distância.
Mas tem boas lembranças de desejos loucos
que esvaíram-se saciados, cheios de promessas.
Ainda sente o leve vento soprando-lhe
em toque suave das mãos, o seu rosto e o gosto,
Ainda dá tempo de assistir, desfilando
com elegância e faceiros, passeando... Em palco de ilusões:
A vaidade, o sonho e a estranha euforia...
Ensaiando uma esperança, uma felicidade.
Sem o temor de fantasmas, ela ainda dá risadas, sim.
A felicidade!
Lembrando-se que poderia ser diferente!
Lamentando-se insistentemente o quão crédula caiu
montanhas abaixo, rolando pelas pedras, foi chuva e sol
confundindo-se, na descida, vinda das nuvens até os mares.
Em busca da saída chamada ilusão, com ansiedade...
E vontades do amor, dentro o coração chora. Fantasias?
Ela se arruma, esperando a noite. Para encontrarem-se nas estrelas
Saciarão os seus desejos, cala a alma e apenas esse amor, grita!
Saciam-se apenas em pensamentos
que ora agonizam e desmaiam... na saudade.
Esvanecida distância torna suas almas aflitas.
Porém insiste essa dor e a ambígua aparência...
Custa admitir quando o amor morreu... dentro das mentes.
Ocupar quartos separados, é sinônimo de amor!
Mas ainda hoje muitos estarão sozinhos cada um,
Perdidos em universos seus somente.