Uma confissão
Com sua partida como companhia ficou-me a reflexão
Um pensar profundo dentro de mim, em minha alma, a perplexão,
O que me fez nascer o desejo e necessitar um beijo teu a te sentir?
O que fez provocar em mim o desejo no beijo presenteado entre todos que já recebi?
Como te ver tão delicada e de coração tão exposto e rasgado para mim?
De sentimentos escancarados, de emoções estampadas, de um sentir tão intenso e profundo,
Que poderosa força de seu interior fez-me esquecer das coisas que em mim faltavam e querer dar?
Simples. Tão claro como essa luz que ilumina a mesa onde escrevo essa confissão,
Era a própria vida conversando comigo, a minha frente, olhando em meus olhos,
Era a própria intensidade em pessoa fazendo acelerar meu coração,
Era a própria beleza vestida de mulher oferecendo-me o rosto ao carinho,
Era o próprio sentimento desnudo e encravado na delicadeza da mão que ofertava suavidade, ternura, meiguice e afeto em carícia.
O que fazer com tantos sentimentos jorrados e esguichados, sensações esparramadas e derramadas, desejos inconfessáveis e ocultos, uma vontade de mergulhar em teu interior borbulhante e cheio de vida, buscar-te em tuas profundezas nessa tamanha força que sentia explodir a flor da pele?
Penso em apenas uma única resposta, que rodopia e dança na mente:
Viver em você
Viver você
Sentir você
Ter você...
Dar-me totalmente como tábua de naufrágio e fazer dela o mais lindo iate a velas feitas da própria alma.