TODOS EM TI ME ODEIAM

AINDA NA MANHÃ DE 26 DE JUNHO DE 2013

É dantesco, mas, estou quase chegando à plena conclusão de que todos em ti me odeiam, com pequenos, breves intervalos de trégua; todos, à exceção de nenhum. Nenhum deles sabe exatamente os mais fundos porquês de tal ódio por mim, os porquês desse ódio que nunca arrefeceu, que talvez nunca arrefecerá, apesar de eu viver aos teus e aos vossos pés a pedir perdão, apesar de eu ter paralisado a minha vida a pedir perdão. Apesar de.

Eu jamais poderia odiar a nenhum dos que te habitam. Jamais. Apesar do tamanho desta dor que me habita e que me mata em cada um dos minutos dos dias desta vida, dos dias de tal vida. Apesar desta DOR, cujas razões mais fundas também eu jamais poderei compreender, principalmente porque a tua e as vossas bocas estão caladas desde sempre para mim. Apesar disso. Como eu poderia odiar-te e odiar-vos? Como eu o poderia?

O que verdadeiramente nos separa, dessa forma abissal? Terá sido, será a linguagem, Amigo meu? Pela suspeita disso, gostaria de poder calar cada uma das palavras de mim, calá-las no aquém de mim, se disso nos pudesse vir o resgate, mas, me diz: Se eu calar, de vez, todas e cada uma das palavras de mim, o que vai restar de mim e para mim? Não é possível que queiras tal completa morte-em-vida para mim. NÃO É POSSÍVEL. CRER NISSO SERIA O MAIS PERFEITO E ABSOLUTO DOS INFERNOS SEM NUNCA MAIS NENHUMA ESPERANÇA DE REMISSÃO.

De todo modo, perdoa-me, perdoai-me – ah, se tu o conseguisses, se vós o conseguísseis! - por esta presente escrita, também. Por esta escrita, também. Ainda estou tentando sobreexistir.

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