Lá fora

A chuva cai e castiga o vidro. O choro dos céus.

A testa colada no vidro sente cada gota de água.

A respiração embaça a janela. Os dedos formam cinco caminhos frios e tortos.

Os olhos fechados vêem no escuro o que a mente visualiza. O passado apagado. O presente somente. O futuro escuro; como meus olhos fechados.

Abro os olhos e estes me encaram de volta. Os mesmos que vêem o risco branco cortar o céu tempestuoso. Em algum lugar um pedaço de terra desapareceu. Minha mente é como um raio para minhas lembranças.

As bochechas coram pelo vento que passa pelo vão da janela. Senti-lo como o presente.

O raio avisa que chegou aos meus ouvidos. Será que o futuro também avisará? Quem sabe tão tardio quanto o trovão.