Desapego material.
Desapego material.
Tenho necessidade de respirar, beber água, líquidos, e comer alimentos sólidos para viver. Então, como fica a manutenção do chamado “desapego material” para ter elevação ou equilíbrio mental (espiritual) e uma vida com qualidade?
Agora, imaginemos a pessoa que quer levar esta proposta a fundo, mas vivendo no corre-corre das grandes metrópolis... Desde o lugar onde mora, até o destino do seu trabalho, ou lazer, sendo real que tudo envolve e está envolvido pelos bens e interesses materiais, parece evidente que não conseguirá...
Nem mesmo em posições especialíssimas, por exemplo, vivendo uma pesoa em um lugar onde não precise do ar para respirar, nem tenha de locomover-se, e possa beber água e viver de alguns grãos de cereais, não há como não falar em apego ao oxigênio (matéria), ao lugar (matéria), e, à alimentação (matéria) – sem esquecer as situações e condições fisiológicas.
Assim, como praticar uma proposta, o desapego material, que é, na sua essência, humanamente incompossível de ser concretamente conseguida no dia-a-dia, no quotidiano, se o homem é matéria, e não tem a menor chance de sobreviver sem os materiais que o mantém com vida? Não há! O desapego material, neste sentido, é uma ilsusão – quem tivesse verdadeiro desapego material teria de começar a sua prática se despindo do próprio corpo (absurdo), das suas vestes e andar nu... mas aí também teria de se recolher a um lugar (matéria) onde pudesse meditar sobre o (pseudo) desapego...
A filosofia do desapego nem serviria como meio e modo de evitar o “exagero”. Expressão de extrema subjetividade (pois pode-se compreender de forma, intensidade etc., diferentes), quem, por exemplo, alimenta-se com uma porção de certo seria exagerado para quem se alimenta com meia...
Enfim, o “desapego material” é mais uma dessas curiosidades (banalidades) que merecem ser especuladas... na medida em que pede-se, e não poucas vezes exige-se, o que é ilusório, irreal... humanamente inaceitável e incompreensível...
Entretanto, mesmo sendo imprescindível o corpo (material), isto não supre a vida, à medida que, além do homem ser primacialmente mental, é aqui, na mente, que os bens essenciais mais importantes e preciosos da pessoa humana são cunhados (discernimento) – sem o Seu corpo físico, porém, em Espírito está entre nós, orientando bilhões: Jesus Cristo.
Bjs.
Niterói, RJ 25/06/2013.
Rodolfo Thompson.