GIGANTES DA NAÇÃO ( PARTE 2)
...Continuáva-mos a caminhar com garra, força, e muita perspectiva de que iriá-mos atingir muito mais pessoas.
Chovia muito e o frio estava rigoroso, mas naquela altura da manifestação, tanto o frio como a chuva, já nem nos afetava mais.Meu corpo estava molhado e "congelado", mas meu coração estava queimando, como um vulcão em atividade, e a cada grito de guerra, eu me aquecia mais e mais, mandando embora, todo aquele frio, restando só o calor da massa e o fogo da justiça.
Certo momento da caminhada, percebi que o povo havia parado.Fui mais a frente para conferir o que estava acontecendo, e como eu esperava, havia um bloqueio da tropa de choque á nossa frente, não nos permitindo prosseguir.
O povo enloquecido, resolveu continuar, para se aproximar um pouco mais da policia, mas com cautela e mantendo a pacificação.Paramos mais ou menos uns 8 a 10metros de distância da brigada, e ali nos sentamos no chão.(Quando resolvemos continuar a caminhada para nos aproximar dos policiais, dois jovens aparentemente tendo entre 15 e 17 anos, passaram ao meu lado, planejando atos de violência, ao saberem que a policia estava á frente.Eles planejavam dizendo a seguinte frase: -Ô meu, vamos ir lá na frente, jogar umas pedras ou uns guardas-chuva!.Este acontecimento de certa forma me preocupou, pois tudo podia mudar dali em diante, e mudou.).
Permanecemos sentados, protestando, mostrando faixas e cartázes, e a policia como estátua se mantinha.Gritáva-mos, "Sem violência!" sem parar e naquele momento, fotógrafos e pessoas com maquina fotográfica, ipods, tablets e todos equipamentos possíveis para registrar tamanha autoridade cidadã, se encontravam ali, bem na nossa frente.
Minha colega de classe Jenifer, que estava a tirar fotos e gravar vídeos arduamente, derrepente sumiu, e quando eu vi, ela estava unida com os meu outros colegas, que me chamaram para dizer: - Will! vamos embora, por que vai ficar feia a coisa!.Respondi dizendo: Capaz! a policia não pode nos fazer nada, pois nós também não fizemos nada á eles!.Resolvi atender o pedido deles pois, tinhá-mos combinado que, nós iriá-mos juntos, permanecería-mos juntos, e voltariá-mos juntos, e foi o que fizemos.
Ao descer a escadaria que dava acesso ao viaduto que passa por cima da rua Borges de medeiros, deparamos com o outro grupo de manifestantes que havia se separado de nós, e logo alguém gritou:-Sobem aqui!,- Vem pra cá!, e enquanto nos desciá-mos eles subiam.Reparamos que havia um outro grupo na rua de baixo, parada gritando e quando fomos ver para quem eles gritavam, descobrimos que era para outro grupo da tropa de choque que havia no final da rua, chegando a conclusão que, o policiamento havia bloqueado todas as ruas que davam acesso a assembléia legislativa, e resolvemos continuar indo embora.
Ao descer a rua Borges de medeiros, ouvimos explosões de bomba de gás lacrimogênio(é o que acháva-mos), e quando olhamos para tráz, havia um vasto campo de pessoas, desnortiádas a correr em nossa direção sem parar.Continuamos a caminhar e por todos os lados que viá-mos, havia policiais, a prefeitura estava cercada e as pessoas apavoradas.
Em fim, para chegar em casa levei 2hs e tive que pegar dois ônibus e um taxi( sendo que não paguei passagem dos ônibus.Um a Jenifer pagou para mim e o outro eu desci pela frente, e o motorista ainda apoiou a manifestação, liberando todos pela frente.),cheguei em casa eufórico, e com muita sede de justiça.
Tenho a esperança de poder ver o meu país muito melhor e sei que meu futuro filho irá desfrutar deste país renovado pela mão do povo e ele saberá que o pai dele esteve presente e ajudou na luta pelo o futuro do país de seu filho.
"Eu estive lá, e não é nada como a globo diz, os manifestantes estão pela a pacificação e não permitiremos que meia-dúzia de gatos pingados venham fazer bagunça e nem que a outra meia-dúzia alienem a população". Fatos reais.
"Minha mais sincera visão real desta manifestação".
Jezrell