UMA DESCONHECIDA

NA MANHÃ DE 24 DE JUNHO DE 2013

Sou, tornei-me, a vida acabou por tornar-me a mais desconhecida das criaturas, essencialmente para os seres mais íntimos, incluindo-me também neste desconhecimento, no caso, neste auto desconhecimento. A mais desconhecida, a mais. Não há terapia que possa dar jeito nisso, nem antidepressivos. Só, árvore solitária em deserto, nada espero, nada sonho, só com alguma vida, ainda, para cuidar, o que conseguir, o que puder, de minha mãe, e para não precisar depender da caridade de ninguém. Dos sonhos para mim mesma, não sobrou nenhum. É sobreviver sem sonhos, tem que ser possível. Precisa ser possível, no tempo necessário da vida ainda por viver.

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