O PRECONCEITO DO TÍMIDO
MEDROSOS, E MAIS CORAJOSOS
Há alguma vantagem em ser tímido? Em que o medo pode nos favorecer?
Ser corajoso, entusiasmado é extremamente positivo em nossos dias, onde devemos avançar em rumo ao sucesso. O entusiasta não deixa de ser um homem falador, e precisa ter a consciência de que seu problema não é fala, mas o equilíbrio no falar. Falar menos para um tagarela, é um desafio de vida. Portanto o corajoso deve manter os olhares no tímido para tirar lições, e o tímido deve manter os olhos no entusiasta.
O tímido tem algumas vantagens em relação ao corajoso. O medroso é uma pessoa, que tem por marca o cuidado, a racionalização, o pensamento cauteloso e desconfiado. Isto é vantagem quando se trata de livrar-se da precipitação; mas no lugar desta atitude tornar-se a solução, transformou-se no problema. O entusiasta fala demais, e os tímidos não gostam de dizer nada, então os tímidos têm um desafio de vida, o qual é: não perder a chance de dizer alguma coisa. Olhando por este ângulo, os medrosos são os mais corajosos. Pois o seu principal medo, aponta unicamente para o fator coragem. Eles têm um grande desafio de vida, ao passo que os corajosos não atentam para sua coragem, por ela estar entranhada em sua carne como parte natural do seu corpo; os medrosos devem ter a coragem como alvo, e prioridade de vida. Todas as oportunidades que surgirem para desenvolver a coragem e reprimir o medo, devem ser aproveitadas. Os medrosos devem desenvolver coragem a qualquer custo. A coragem não pertence aos corajosos, assim como o medo não pertence aos medrosos. Quem detêm a coragem não a percebe, como um tímido sedento, que a busca e admira qualquer ato que desafia o medo.
A quem pertence a coragem, e o medo? O corajoso tem o desafio de focar o temor e considerá-lo, pois ele torna-se necessário para alguém muito afobado. Quem tem como marca a coragem deve temer muito, quem tem como marcar o temor deve encorajar-se muito. E assim a coragem deve pertencer aos tímidos e o temor aos corajosos. Isso para que haja um equilíbrio no desequilíbrio de ser corajoso e no temor de ser medroso.
L. C. de Oliveira
Confrade - Academia Açailandense de Letras