Minha verdade politica
Na minha curta vida poucas foram as vezes que eu vi o povo ir as ruas lutando por um ideal. E a emoção da batalha não pulou meu militante interior. Acendeu o fogo da mudança e me fez querer ir em frente pelos ideais tão surrados que eu mantive em mim por tanto tempo. E é isso que me desgasta ao notar que o povo já não sabe mais pelo que luta.
Encontro crianças com cara pintada protestando em atos pelo Brasil a fora. Manifestos que não deveriam, mas trazem a tona apenas o quão sem esperança o país se encontrava. São frases tiradas de música. Usadas, em muitos casos, fora de contexto. Demonstrando mais ainda a precariedade em que a situação se encontra. Somos a geração que tinha tudo pra mudar o país. Os filhos da revolução. Mas como esperamos mudar o futuro da nação se fechamos os olhos para os ideais mais importantes? Fixamos os olhos no passado, que foi tão brilhante, que nos trouxe onde nos encontramos hoje.
Sussurrasse pelas ruas a derrubada do governo vigente. Tal ditadura escondida a sete chaves que tornou tudo o que é. Ainda somos um país sem estrutura. Sem condições. Sem educação para seguir em frente. Um pais tão grande, tão “desenvolvido” com um dos piores sensos escolares do mundo. Onde adoecer é apenas para drogados, ou homossexuais, ricos que podem bancar. Mas a saúde pública continua de mal a pior. Faltam médicos, enfermeiros, auxiliares. Faltam remédios, macas e lençóis. Faltam hospitais e ambulâncias. Falta educação pra formar toda essa gente. Financiamento para todo esse material.
O povo que precisa, não tem como pagar transporte. Não tem como ir a escola, trabalho. Não tem moradia ou emprego. Olha a prova no MST. Povo que luta por uma vida inteira, e ainda assim, tem quase nada. E consegue ser gente melhor que muito rico por aí. E o problema? É simples. Muita gente ainda não sabe nem o que é ser humano. Não se comove mais ao ver outros em situação pior. Não se sente parte do problema. Muito menos parte da solução. Como eu disse. Esqueceu por que luta, ou por quem. O que falta é foco para perceber que não se luta apenas no capital extraído do fim do mês. Ou pela derrubada de um governo corrupto.
A luta se faz, e se deve fazer, pelo direito de ter direito. Pelo poder de ver eles sendo cumpridos. Pela mudança da realidade cansada que vivemos. Nunca antes foi preciso tanto foco quanto agora para tornar a luta de uns a luta de todos.
Sem esquecer é claro, que o muito se alcança no pouco. E o primeiro passo já foi dado.