As palavras não se encerram
Não têm início e nem fim
Começam no contorno da sílaba
E fogem de si mesmas
Querem colorir o tempo
Na mágica do momento
Assumem determinadas formas
E delas transbordam
Coagulam-se perante a retina
E quando firmamos o pensamento
Elas já não estão mais lá
Escapam ao significado de outrora
São mutantes engenhosas
Moldando-se aos sentimentos
A luz dos olhos seus
Aos perceptivos movimentos nossos
ACCO