Venha pra rua!
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Venha pra rua!
Estamos rodeados de miseráveis, de almas famintas, de espíritos errantes que sobrevivem pela graça transcendental; no outro extremo, outros miseráveis de luxo nos tiram o sustento, em nome de ilusórios privilégios e de benefícios que são, na realidade, direitos que temos, mas nos foram retirados, estrategicamente. A divisão da riqueza mundial ocorre dentro de padrões e parâmetros que foram planejados filosoficamente, repassados ideologicamente, ao longo do tempo, e repetidos subliminarmente para que os oprimidos se sintam realmente merecedores da miséria que os atormenta. Entretanto, apesar do império das trevas, não existe força mais envolvente que a luz. Quando os oprimidos se unirem (e somos milhões) haverá, finalmente, redirecionamento do ângulo de visada, e as riquezas, compartilhadas, através do trabalho, darão a devida dignidade a todos aqueles que se venderam a falsos profetas. Entre uma e outra etapa, que reputo distantes entre si, é necessário que lutas existam para que o novo entendimento da nossa realidade seja e esteja consolidada em nossos próprios ombros. Por isso que a luta se faz necessária – a luta coletiva, consciente e com alguns excessos, claro! Não se muda uma nação apenas com flores – o rufar de nossas vozes, em uníssono, calará o mais feroz dos canhões. A história sempre foi contada pelos vencedores e o povo, quase sempre, ficou alheio a tudo, apenas tendo a obrigação de cumprir as ordens emanadas pelos detentores do poder. Os privilegiados criam teorias que os mantenham no poder, alguns rezam para que os ânimos não se exasperem e outros estão de prontidão para coagir todo aquele que transgredir, que burlar os desígnios de um Deus mau para com os fracos e justo demais para com os fortes. E esse Deus se traveste de leis, de governos, de rótulos e de mentira. Felizmente, quando a verdade surge, por ser única, espanta todas as dissimulações.