COM JUÍZO

Somos autores de nossa história e, por isso mesmo, entristeço-me com pessoas que hoje estão no poder e que tiveram o apoio maciço da população oprimida e esperançosa de tempos melhores. E, assim, receio que o "filme" tenha o mesmo final que já conhecemos. Espero, sim, que as manifestações tenham o resultado que todos nós almejamos, pois o Brasil precisa mostrar a indignação perante tantos fatos absurdamente reais que aí estão. O povo brasileiro tem força e capacidade para isso, com certeza. Sou professora e na época de estudante (final dos anos 60 e década de 70) presenciei a demência da ditadura e, verdadeiramente, já vi e vivi coisas dentro de escolas e fora delas, que me metem medo. O que não pode acontecer é de pessoas desinformadas e outras mal intencionadas meterem os pés pelas mãos e promoverem atos violentos, que só trazem descrédito e esvaziam o movimento tão necessário e oportuno ao país. A questão do perigo da volta do exército, conforme disse uma amiga, é ameaçador, já que a polícia parece não dar conta dos exageros acima citados. Por isso, digo que tenho medo de "alguns maestros", pois às vezes receio que partidos estejam aproveitando o movimento e orquestrando (não gosto dessa palavra já um tanto batida, mas na falta de outra...) intenções escusas. Infelizmente, não acredito em governo sem corrupção, porque os fatos no decorrer da história já nos provaram isso. Esperamos que o manifestante de hoje não seja o poder de amanhã e, caso seja, que não se esqueça de que o sonho da população é ser respeitada em todos os seus direitos e ouvida em suas reivindicações. Obviamente, devemos ir às ruas e manifestar nossa insatisfação, porém, tenhamos discernimento entre o que é mobilização por direitos que as Instituições Governamentais (Federal, Estaduais e Municipais) e a Constituição Brasileira nos devem e o que são algazarra e violência gratuitas. Não deixemos que este movimento legítimo seja deturpado. Avante Brasil, mas com juízo!

Dalva Molina Mansano

Texto inspirado na página "Estudando o caso" de Tânia Meneses, a quem agradeço pela inspiração.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 19/06/2013
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