PENSANDO

Esta semana li algo que ficou que incomodando, o primeiro capítulo do livro A REPRESENTAÇÃO DO EU NA VIDA COTIDIANA (Erving Goffman-1985), basicamente nesta obra Goffman usa conceitos da Teoria do Teatro para comentar acerca das relações sociais, todos somos atores dentro da sociedade.

Na sociedade nós somos atores representando papéis, e esses papéis são de acordo com o momento, o “público” e com o cenário; isso ocorre de forma involuntária.

Contudo podemos ser bons atores (sinceros) ou maus atores (cínicos), contudo penso que os cínico

A fachada é um componente importante, o ambiente dá legitimidade para a representação ou não; há a fachada pessoal (vestuário, sexo, idade, etc.) que divide-se em aparência e maneira.

Essa representação é “socializada”, moldada e modificada para se ajustar à compreensão e às expectativas da sociedade em que é apresentada. Os atores podem esconder informações de outros atores (salário, desejos, etc). Isso garante que seu personagem mude de acordo com cada contexto. O público, também, corre o risco de ser enganado pelo ator; o indivíduo que mente uma vez terá seus atos desacreditados, contestados sempre, podendo ter sua dignidade destruída. É interessante perceber que mesmo todos representando um papel os que melhor sabem representar são considerados “melhores” e mais sinceros dentro de uma sociedade onde no fundo nada é verdadeiro, tudo acaba sendo uma grande encenação com fins já individualmente definidos. Os atores sabem exatamente o motivo pelo qual dentro de cada contexto devem atuar dessa ou daquela forma.

Cada vez mais percebo que essa questão particular e individual passa nossos instituições. Podemos usar como exemplo as instituições educacionais, algumas instituições (fique bem claro que são algumas, não podemos gereralizar!) também utilizam a arte do teatro.

Em certas instituições de ensino fundamental, médio ou até da graduação simplesmente fingem que ensinam.

Os alunos fingem que aprendem e pagam altas mensalidades ao final do mês, nem é necessário ir até a faculdade; basta simplesmente pagar!

Claro, num mundo onde as pessoas precisam ter dinheiro para ser alguém é de interesse da sociedade que a máquina que faz o dinheiro girar funcione.

Percebo que devido a certos valores trincados hoje a sociedade não evolui, como dar exemplo para nossos jovens se ensinamos desde o ensino fundamental até a faculdade que nem sempre é preciso estudar, porque "tudo é negociável".

Parece-me que o ensino é uma grande encenação, um grande teatro.

O que é valorizado hoje é tudo aquilo que faz o capital girar momentaneamente, sem se pensar que investir na educação de qualidade hoje é buscar um mundo mais próspero no futuro; para que não seja necessário fazer revoltas ou vaias para que o povo tenha seus direitos garantidos, mas haja consciência e educação desde o governo até o povo e todos possam garantir seus direitos e exigir seus deveres conscientemente.

O Brasil é um grande palco de representações ensaiadas, onde grande parte do povo finge ser feliz, grande parte dos governantes fingem ser honesto e mesmo não tento uma educação de qualidade, que nos dê perspectivas para mudar a realidade,fingimos que temos um grande número (o que importa são números!!) de graduados competentes.

E viva o país do futebol e carnaval, escolham suas máscaras.

Loara
Enviado por Loara em 16/06/2013
Código do texto: T4344464
Classificação de conteúdo: seguro