O fechar do livro
O vento toca lentamente as folhas das árvores
Fecho os olhos e me sinto perdido
De longe vejo a luz que se aproxima
Pois sei que os sonhos já se foram outra vez
Faz frio aqui dentro desse casulo
E a espera se torna lágrimas que caem sem querer
É difícil entender as palavras que não são ditas
Pois a cada segundo uma porta se fecha
O cheiro do sangue que corre em suas veias
Gosto amargo do teu destino só
Sentimentos que se encontram em uma grande canção
Varrem o peito como se fosse uma vassoura de palha
Arrancam cada broto novo do seu ser incompleto
E se torna imperfeito no espelho da alma
Naquelas horas em que o som já não me faz companhia
Até o senso de direção se vai com a solidão
Volto a ser o que sempre fui
Me entrego ao salto no abismo infinito
Sem magoas, nem desgosto
E acaba o próximo passo no fechar do livro