Desilusão telefônica

Estou tentando me distanciar,

Deixar de pensar em ti é tarefa árdua,

Pesada demais, prometo tentar,

Uma pequena frase que disse me fez enxergar,

Simples como é, dita por telefone,

Onde calei-me de repente,

Você notou, questionou-me,

Menti, escondi, omiti,

Disfarcei, ri um riso sem graça,

Mudei a prosa,

Logo desliguei o telefone,

Adorava ouvir o som da sua voz,

Jogar conversa fora,

Rir de assuntos diversos,

Falar sobre tudo e todos,

Sinto que meus assuntos já não estão interessantes,

Sinto-me triste por ter me encantado por você,

Hoje não te vejo com os mesmos olhos que te vi um dia,

Sei muito a seu respeito,

Não vejo mais surpresas, e nem acho que me surpreenderá denovo,

Romance gasto, parece casamento chato,

Chegando ao fim uma bonita história de amizade colorida,

Dando lugar a uma amizade em preto e branco,

Com sorrisos amarelos,

Abraços frios,

Beijos na bochecha,

Sem amor, sem paixão e sem tesão,

Meu grande amigo, ainda possuo?

Saudade agora sinto,

Tristeza me consome,

Quando te vejo fico sem graça,

Nunca sei o que esperar,

Romance gostoso já vivenciamos,

Hoje nos restam apenas lembranças boas,

Achei que não sentiria tristeza denovo,

Até estou curtindo, me sinto mais viva quando sofro de amor,

Sinal que o coração ainda está aberto a novas aventuras,

Novos amores,

Mas acompanhado de amores podem surgir dores,

Disso tenho medo, mas me aventuro,

Não costumo fugir de emoções,

Encaro de frente, tiro proveito,

Ou não, confuso demais para minha cabeça,

Deixar rolar é um de meus lemas,

Vamos ver no que vai dar é uma de minhas frases,

Espero acertar mais,

Sentimentos de hoje,

Desiludida, usada, culpada.

A desilusão me fez ver o quanto eu sou privilegiada,

Já sou feliz,

Querer o que é dos outros me fez mal,

Hoje só quero o que posso ter.

Cristina Melody