Amo galhos de árvores envelhecidos pelo tempo. Quando fazia faculdade de Letras sentava no meio-fio para esperar o ônibus. Havia uma árvore que ficava do outro lado da rua. Olhando para mim. Estranhamente parecia o corpo de uma mulher. Os galhos sem folhas ou flores eram seus cabelos cacheados.
Quem sabe ela tivesse sido alvo de alguma maldição. Condenada a passar o resto de sua existência imóvel. Sem dizer palavra alguma.
Os minutos iam passando enquanto eu criava mil histórias que justificassem a presença daquela árvore na minha frente. Se eu pudesse quebrar o feitiço faria com que ela voltasse a forma humana.
E eu que não me achava merecedora descobri, escrevendo, que posso recriar o mundo.
Posso voar - posso te fazer voar.


 
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 10/06/2013
Reeditado em 10/06/2013
Código do texto: T4333726
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