Porque ainda insistimos em ter "aquela velha opinião formada sobre tudo". E nada é imutável. As pessoas são mutantes. Trocam os esmaltes, roupas, acessórios. Trocam de profissões.
Eu que já quis ser bombeira, astronauta, arqueóloga, enfermeira e até freira. Hoje, sou o que deu para ser. As vezes brinco de voltar ao passado pensando nas escolhas que fiz. Como o tempo voa. De repente, já estamos no meio do caminho. Dá uma sensação de que tanta coisa tinha que ser de outro modo. Mas, não foi. E acho, que foi exatamente como tinha de ser. Sem tirar nem por. Tudo assim, até chegarmos aqui.
É uma doce brincadeira. Brincamos do nascer do sol até o escurecer do dia. Tudo vai virando momentos. É mais um dia que já foi. O presente vem devagar enquanto nossos sonhos nos revelam toda frustração do que não foi concretizado.
O passado tem gosto de moedinhas de chocolate, leite com nescau, pão francês e hellmann´s. De cabelo-castanho-claro-rabo-de-cavalo, dentes caindo, equilíbrio sobre muletas, sol da manhã queimando a pele. De adeus a quem já foi enquanto pessoas diferentes entram sem pedir licença.
É hora de seguir. Outras perguntas virão. Outras sensações. Algumas pessoas vão te deixar sem dizer o porque. Outras vão permanecer te amando - as que entendem que somos todos wabi-sabi.
O futuro tem gosto de poesia - de Florbela, Clarice e Quintana. De girassóis de Van Gogh desenhados nas nuvens sobre nossas cabeças. Alguns loucos darão novas interpretações ao mundo - ignorando conceitos anteriormente estabelecidos.
Seja lá o que for que o futuro traga o importante é não ter medo. Podemos todos prosseguir - sozinhos ou não. As vezes me pergunto: Por quê?
Por que nos desencontramos?
Porque é preciso valentia para ser dois. E isso não é para qualquer um baby.

 
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 10/06/2013
Reeditado em 10/06/2013
Código do texto: T4333699
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